sábado, 14 de abril de 2012

Lançamento no Brasil do livro best-seller no Japão, do Prof Kentetsu Takamori


A vida é um caminho, e todos dizem para seguir em frente, avançar, não desistir e perseverar. Mas quando conseguimos ter esse espírito? Quando sentimos que estamos na direção correta e, mais ainda, quando vemos a linha de chegada, o ponto final desse caminho. Então, por que as pessoas param ou até desistem? É justamente por não conseguirem enxergar a reta final.

Ana Shizuko Hirata em BanNews Online





terça-feira, 10 de abril de 2012

O Fio da Aranha

Um dia, Buda passeava próximo ao Lago de Lótus, na Terra Pura. As flores do lago eram do branco mais alvo e de uma fragrância indescritivelmente prazerosa.
No caminho, Buda parou à beira do lago e foi tomado por uma inesperada visão entre as pétalas de lótus que flutuavam na água.
Através da água cristalina do Lago de Lótus, Buda visualizou cenários terríveis nas profundezas do Jigoku1. Foi, então, que a figura de um homem chamado Kandata, contorcendo-se entre outros criminosos, chamou a atenção.
Kandata era um assassino, incendiário e ladrão muito perigoso. Fora o homem mais perverso do mundo, portanto, recebia o maior castigo dentre todos os criminosos.
Entretanto, Buda recordou-se de que ele fizera uma única boa ação em vida.
Quando Kandata voltava de um assalto bem-sucedido, encontrou uma aranha no caminho. Imediatamente, ele levantou a perna, disposto a esmagar a aranha. Mas logo reconsiderou, pensando: "Não, apesar de ser apenas uma pequena aranha, sem dúvida é um ser vivo também. É uma covardia tirar sua vida sem razão".
E, assim, a aranha foi poupada.
Observando a situação no Jigoku, Buda relembrou que Kandata se apiedara da aranha e decidiu recompensá-lo por ter feito esta única boa ação, portanto, tentaria resgatá-lo.
Buda, então, encontrou uma aranha, que tecia uma bela teia prateada numa pétala de lótus. Pegando a teia com cuidado, Buda a enviou para as profundezas do Jigoku.
E lá, Kandata debatia-se continuamente num mar de sangue. Qualquer que fosse a direção em que olhasse, só se deparava com um breu terrível. Havia poucos sons, porque aqueles que haviam caído neste nível de mundo estavam tão exaustos pelas torturas que nem conseguiam gritar.
Então, Kandata olhou para cima e encontrou um fio de teia de aranha sobre sua cabeça, descendo em sua direção, vindo da distante Terra Pura. Ele encheuse de alegria. Se conseguisse escalar o fio, poderia fugir do Jigoku. E, além disso, se tudo corresse bem, ele seria até capaz de adentrar a Terra Pura.
Kandata rapidamente segurou firme o fio da teia com ambas as mãos e começou a escalar com toda a sua força, palmo a palmo. Ele estava acostumado, uma vez que havia sido um astuto ladrão. Mas a distância entre a Terra Pura e o Jigoku é muito grande, e escalar tamanha distância não era fácil. Kandata cansou-se e parou para descansar um pouco. Enquanto repousava, ele olhou para baixo. Como havia escalado bastante, o terrível lugar onde estivera já nem podia ser visto. Nesse ritmo, ele escaparia depressa.
Sem poder conter a alegria que sentia, Kandata gritou: "Estou salvo! Finalmente salvo!". Mas, ao fazer isso, ele notou que abaixo dele, como uma linha de formigas, havia inúmeros criminosos escalando o fio também. Kandata ficou chocado e temeroso. Como um delgado fio de aranha, que talvez nem o suportasse, poderia aguentar o peso de tantos? Se o fio arrebentasse, ele, Kandata, que a duras penas havia escalado tanto, seria jogado de volta ao Jigoku, desperdiçando sua única chance de ser salvo.
Enquanto isso, milhares de pessoas continuavam a subir pelo fio. Assim, Kandata esbravejou: "Ei, criminosos. Este fio de aranha é meu. Quem permitiu que vocês o escalassem? Caiam fora! Fora!". E Kandata começou a balançar o fio, até que este se arrebentou logo acima de onde ele estava pendurado, fazendo-o cair novamente no Jigoku. Num piscar de olhos, ele estava de volta às profundezas sombrias.
Buda observou tudo, do início ao fim. E, quando Kandata afundou-se como uma rocha no Jigoku, Buda entristeceu-se. O egoísmo fizera Kandata tentar salvar-se sozinho e, por tal ato, ele caíra de volta no Jigoku. Se tivesse permitido que outros se salvassem, ele também seria salvo.
Assim, Buda voltou ao seu passeio. No Lago de Lótus, as flores eram do branco mais alvo mais alvo e duma fragrância indescritivelmente prazerosa. Começava a entardecer na Terra Pura.